sexta-feira, 20 de junho de 2008

Os abraçadores de árvores


Com tanto desmatamento, destruição dos vários biomas terrestres brasileiros, como a Floresta Amazônica, o Cerrado, a Mata Atlântica, a Caatinga... no geral, não há efetivamente um movimento no Brasil como os "abraçadores de árvores"? Será que está em extinção por essas bandas os ecologistas de ação direta? O ecologismo politicamente correto, oficialista, dos tribunais "públicos", domesticou a radicalidade? Talvez eu esteja dando voltas sobre o mesmo assunto. É que as coisas não mudam... Mas...

Um pouco de história para inspirar...

Os abraçadores de árvores é um dos mais notáveis e originais exemplos de ação direta. Já nos anos 20, na Califórnia, nos EUA, surgiu um grupo de mulheres, as ladies conservationists (senhoras conservacionistas), que se acorrentava nas árvores para impedir a ação dos madeireiros.

Mas foi a partir do movimento Chipko nos anos 70, quando as mulheres das aldeias himalaias do norte da Índia decidiram abraçar-se às árvores para impedir a ação das madeireiras que o movimento ganhou força. Estimulados por vários grupos ambientalistas internacionais, o movimento conseguiu um certo sucesso e bastante impacto junto à mídia.

O acontecimento deu origem a outros movimentos de abraçadores de árvores (tree-huggers) ao redor do mundo. No fim da década de 80, na Austrália, um grupo, de pessoas subiu nas árvores para defender a última floresta de eucaliptos nativos do mundo, ali ficando por vários dias. Com a ajuda do efeito de suas ações na imprensa, os abraçadores conseguiram rescindir o contrato do governo australiano com as madeireiras japonesas.

Nos anos 90, na Inglaterra, surgiram os tree-sitters, ou dongas, com outra estratégia: se algemar nas árvores, se acorrentar nas pedras ou acampar na região a ser atingida, para impedir a construção de anéis rodoviários que atravessariam áreas de proteção especial.

Os acampamentos dos sitters (numa tradução livre, "os pregados no chão") duraram vários anos, provocando uma reação violenta das autoridades inglesas, que acabaram expulsando-os na força.
Em 1997, um caso que repercutiu muito na imprensa internacional foi o da estadunidense Julia Borboleta Hill, que passou dois anos vivendo em cima de uma árvore à qual deu o nome de Luna, numa tentativa de frustrar os planos da madeireira Pacific Lumber de destruir uma floresta de sequóias da Califórnia.

Outro fato recente que ganhou espaço na mídia, em 2006, envolveu a cantora Joan Baez, que juntamente com Julia, subiram no topo de uma árvore em uma tentativa de evitar a demolição de um horto comunitário de 14 acres com frutas e vegetais no sul de Los Angeles.

Hoje, este tipo de ação direta continua à mil em várias partes do mundo. Entre no site da Earth First! (www.earthfirst.org) que terás muitas notícias atualizadas.


Moésio Rebouças
Fonte: Terra

5 comentários:

Nydia disse...

Lucas é um grande tree-hugger! :o)
Obrigada pelas palavras carinhosas e as visitas lá no blog!

Feliz Yule (você celebra a Roda Sul ou Norte?)!
Beijos e blessed be!

Nana Odara disse...

Excelente post... sempre abraço árvores no parque com meu filho, e faço questão de ficar assim quietinha perto delas...
Não é um movimento ecológico, mas é uam boa idéia tbm... necessária...

Provavelmente vou blogar isso tá bem... beijinhos...

Anônimo disse...

EU TBM QUERO MORAR NUMA ÁRVORE!

Gení Mafra disse...

Também abraço árvores e ensino isso aos meus pacientes: elas nos nutrem com sua energia vital diretamente e gratuitamente, ou melhor; amorosamente. Junto com algumas pessoas lutei por duas árvores centenárias ao lado do meu prédio ( e quse fui agredida por isso, a dois anos atrás, mas elas continuam ali!)que me "auxiliam" em minhas terapias

Green Womyn disse...

Geni, fico muito feliz por vc ter defendido as duas árvores. Se um dia vc quiser escrever sobre essa experiência, publicarei seu texto com prazer aqui no blog.

Beijo e obrigada pela visita!