domingo, 31 de agosto de 2014

O cheiro da chuva na terra molhada

Vejo um incenso chamado "terra molhada". Diante da possibilidade de levar para casa, e ter ao meu dispôr, a qualquer momento, o cheiro que mais aprecio no mundo, levo comigo uma cartela cheia deles.

No aconchego do lar, semanas depois, acendo um incenso e a decepção toma conta de mim, pois o tal incenso sequer alcança o aroma original.

Meia hora depois, uma ventania. Nuvens escuras depois de um dia de sol quente. E lá vem ela, a chuva, que tão desaparecida anda no lugar onde vivo. E, sem seguida, o odor magnânimo, o cheiro de chuva tocando a terra seca que me delicia desde que sou criança.

Há coisas que as mãos dos homens não conseguem fazer, por mais que queiram. Somente a natureza pode me trazer essa sensação. Espero ter aprendido dessa vez.