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sexta-feira, 5 de abril de 2013

Ron Finley e seus jardins comunitários

Olha, faz tempo que não escrevo por aqui. A vida teve altos e baixos nos últimos tempos. E, acreditem, eu achava que minha vida tinha de seguir em linha reta, sem grandes acontecimentos. Aprendi que isso não vai acontecer na terapia, há pouco tempo. Mudanças boas, mudanças ruins. Mas houve mudanças. E muitas.

Uma delas é que, talvez, eu vá mudar de casa em pouco tempo. Amo a casa que tenho, mas acho que vamos nos mudar mesmo. Aí, numa brincadeira com meu marido, eu disse:

"Nossos vizinhos vão sentir nossa falta, tanto pela biblioteca infantil que eu criei no bairro quanto pelas hortas comunitárias que eu ajudei a montar."

No fundo, era uma brincadeira de péssimo gosto da minha própria parte, uma tentativa de brincar com dois sonhos que talvez fiquem para trás.

Primeiro porque eu realmente tinha a idéia de fazer uma biblioteca infantil na minha garagem quando vim morar neste bairro, pois o local onde moro, pasmem, não tem biblioteca. E, sem segundo lugar, porque eu realmente gostaria de ter começado uma horta comunitária aqui onde moro, mas como fazê-lo se trabalho e estudo como louca? Se mal conheço meus vizinhos?

Aí, por coincidência, chega para mim o vídeo de Ron Filey no Ted (infelizmente está em inglês, mas vale a pena assistir):




Ron Filey se cansou de ver as pessoas adoecendo no bairro onde morava, por conta da alimentação errada, e decidiu arregaçar as mangas. Criou o L.A. Green Grounds e hoje, em diversas calçadas, o que se vêem são hortas. 

Sim, hortas. Uma horta que começou na calçada da casa dele e se espalhou por toda a vizinhança. Que utilizou espaços vazios da cidade para criar vida em forma de alimentos saudáveis. Agora ele não precisa quase "viajar" para encontrar alimentos de qualidade e sem agrotóxicos. 

Melhor ainda: além da questão da alimentação, Ron trabalha com pessoas em situação de risco, que andam com gangues, e diz que a jardinagem comunitária é o seu grafite, sua maneira de se expressar.

As crianças também aprendem a plantar e a levar uma vida sustentável. Toda a comunidade agradece pela reapropriação sustentável do espaço.

Um belo trabalho, sem dúvida alguma. Que ele seja uma inspiração para tod@s nós!

Para saber mais sobre o grupo, veja os seguintes endereços:

E-mail: lagreengrounds@gmail.com

Facebook: facebook.com/lagreenground

Flickr: flickr.com/photos/lagreengrounds



terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Escritor cultiva um jardim na área verde em frente ao prédio onde mora

Gizella Rodrigues - Correio Braziliense
Publicação: 26/01/2009 08:28

Todos os dias, o escritor Alexandre Pimentel, 44 anos, pula da cama antes das 7h e faz uma caminhada de uma hora pelas ruas da Asa Norte. Ele anda da 709 a 716 Norte, mas o hábito não é apenas uma forma de praticar atividade física. Pimentel é fascinado pela diversidade vegetal de Brasília e sempre aproveita para colher frutas de árvores espalhadas pelo caminho. Muitas vezes, precisa carregar um carrinho para transportá-las. Há um ano, porém, ele decidiu levar um pouco do que encontra pelas quadras do bairro para perto de casa. Com a ajuda de amigos e vizinhos, o escritor cultiva um jardim na área verde em frente ao prédio onde mora, na 709.

O jardim é um misto entre horta e pomar e reúne espécies frutíferas, ervas medicinais e temperos. Algumas flores e plantas ornamentais também enfeitam o ambiente. Tudo que é plantado pode ser colhido por qualquer morador da região — o jardim não tem cercas, é totalmente aberto. “Acho uma tolice quem mora em um lugar desses ir ao supermercado e comprar frutas cheias de agrotóxicos. Eu sempre pego as frutas da época diretamente do pé. Aproveito o tempo que gastaria indo ao supermercado para ganhar saúde”, afirma Pimentel.

O escritor procura levar a vida de uma forma totalmente natural. Ele é vegetariano e não come nada de origem animal. Também prefere tomar chás a comprar remédios vendidos em farmácias. Por isso, o jardim nasceu com o plantio de algumas ervas medicinais, como folha-santa, boldo, melissa e erva-cidreira. “Às vezes, uma das crianças tem dor de barriga e é muito mais fácil arrancar umas folhinhas de boldo do que gastar gasolina e ir a uma farmácia”, diz. “Parece simples, mas a vida é simples assim. As pessoas que complicam”, diz.

Aos poucos, a iniciativa de Pimentel teve repercussão e o jardim cresceu. Com mudas doadas por vizinhos, amigos, conhecidos ou compradas do próprio bolso, ele plantou uma mangueira, um abacateiro e duas bananeiras. A variedade de ervas também cresceu. Pimentel tem plantados pés de dente-de-leão (muito usada contra o diabetes), babosa (que é cicatrizante) e neem (uma erva indiana com poderes antisépticos). Isso sem falar nos temperos como alecrim, manjericão e manjerona, que a família usa para cozinhar.

Cuidados
Quando chega da caminhada matinal, Pimentel passa meia hora cuidando da plantação. Aos fins de semana, porém, fica horas podando as mudas e plantando novas árvores. Sempre é ajudado pelos filhos, principalmente pelas caçulas Shanti, 9 anos, e Naline, 6. Elas pedem para colocar as mudas nos buracos abertos pelo pai e para cobri-las com terra. É como se fosse uma terapia familiar.

Quem mora perto do pomar admira o cuidado do escritor com as plantas. Antes de o jardim ser criado, os vizinhos eram obrigados a conviver com o mato alto na área. Agora, eles podem usufruir das ervas cultivadas ali. A esteticista Márcia Noronha, 46 anos, plantou flores no jardim e quer semear um ipê no local. “Se todo mundo fizesse um pouco do que ele faz, Brasília seria muito mais bonita”, diz.

AJUDE O JARDIM
Alexandre Pimentel quer ajuda para aumentar ainda mais o jardim. Ele pede a doação de mudas de árvores, principalmente de espécies frutíferas. Se você puder colaborar, ligue para 3964-4546 ou 9228-9449.