quinta-feira, 17 de julho de 2008

Quem sou eu?


Estava agora mesmo comentando com uma pessoa o quanto é bom termos uma certa atitude e, depois, ver que agimos "corretamente", seja em um livro ou uma entrevista. A sensação de termos nossa ação validada por outros é boa para mim, libriana que quer ser aceita por todos (rs).

Há algum tempo, comentei com minha amiga Tinnekke que eu não gostava do athame e que nem mesmo tinha um. Ela me perguntou o motivo e eu não soube responder.

Depois de alguns meses, estava lendo um blog e a autora dele dizia que não gostava do athame também. Ela dizia que o athame lembrava um pênis e também uma arma. Como feminista e pacifista, acho que não preciso dizer o quanto me senti aliviada com a explicação dela.

Também sempre digo para minha amigas on-line que eu não sou pagã e nem wiccana. Para algumas, é difícil entender como não posso ser pagã. Outras me aceitam numa boa (olha a libriana aí, gente!).

Na semana passada fui viajar e levei um texto sobre as diferenças entre ser bruxa e ser pagã. Mais uma iluminação eu tive!

Lá dizia o autor (ou autora, não dava pra saber, pois peguei da Internet) que a bruxaria era a celebração do princípio feminino. Bingo 1!

Mais para frente, dizia que as bruxas tradicionais mais antigas não tinham conexão com deidades ou religiões, e também que para elas as artes curativas, os métodos divinatórios e a magia não tinham nenhuma conexão com religião ou rituais. Bingo 2!

O grupo com o qual eu mais identifico é o dianismo. Mas aí eu caía em contradição: o nome do negócio é “Dianic Wicca”, e eu não me considero wiccana!!!

Pois nem mesmo nesse aspecto o texto deixou a desejar. Ele diz que o termo “Dianic Wiccan” é uma contradição por si só, pois “wicca” significa masculino e “wicce”, feminino. Como pode uma tradição feminista ser denominada por algo masculino? Bingo 3!

Eu respeito muito as pessoas que me cercam e são pagãs, pois eu aprendo muito com elas diariamente, mas eu não sou. Sou uma pessoa eclética e nem mesmo posso ser considerada uma dessas “bruxas tradicionais” de que o texto fala, pois os cadernos em que anoto minhas experiências são consideradas “livros das sombras” (prática wiccana) e eu também adoro aprender sobre e me conectar com deusas (prática pagã).

Mesmo sem saber a fonte, o texto foi fundamental para eu poder definir quem eu sou e quais são minhas práticas.

5 comentários:

Rachel disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rachel disse...

É do ser humano essa coisa de aceitação, eu acho... talvez pros librianos mais, mas né =P
Eu era e sou assim, confesso... me importo com o que dizem, pois isso é um reflexo do que eu faço, escrevo e aprendo.
Não que eu vá mudar todo meu curso por um comentário contra, mas faz a diferença, claro que faz.
Hoje eu me deixo aprender com os outros, sem deixar minhas práticas pessoais e significativas pra mim, como ser individual e com tradições/cultura pessoal... e acima de tudo, gosto de escutar o que minha divindade tem pra me dizer, e tem conselho melhor do que o Dela? ^^
Beijoooos

Inês Barreto disse...

Olha, Dani, eu não tenho problemas com armas. pois como cultuadora de Marte, eu adoro espadas e coisas que cortam! rs

Mas eu não tenho athame. Tenho uma foice, que tem um significado de colheita e transmutação; e tenho uma faca da cozinha que é pau pra toda obra: limpar caldeirão, colher ervas, cutucar fogo, cavar terra pra colocar vela, etc, etc, etc.

Sobre magia e religião, eu concordo com o autor/a do texto: paganismo não é bruxaria; bruxaria não é religião. As duas coisas podem se conectar, em algum momento, mas não são necessariamente a mesma coisa.

Eu já fui bruxa e já fui pagã. Agora estou tentando balancear as duas coisas.

Nana Odara disse...

Interessante essa reflexão...
eu tbm não me defino... e não faço mesmo nenhum ritual típico, ou regulamentado...rs...
Tbm não me sinto à vontade fechada num conceito, numa palavra...
Pela Lealdade Feminina, sinto necessidade de ser transversal, e falar para o feminino, de toda mulher... mesmo as que não estão buscando práticas alternativas... Prefiro me sentir livre, e estar aberta pra dialogar e trocar com todas as mulheres, independente de conceitos, rituais, práticas...
Simplesmente livre...
Simplesmente mulher...

Anônimo disse...

oi querida
todas essas definições às vezes nos prendem, às vezes nos libertam através da identificação com um grupo, como vc mesma já mostrou...
o que realmente sei e sinto, é que nada deve impedir o contato amoroso entre nós mulheres, pois da nossa união é que nasce a força... sem combater uma à outra por causa de pequenas diferenças, mas cheias de boa vontade para encontrar onde se irmanar...
obrigada pelas reflexões sempre claras de libriana!
bj! adoro demais vc!