sábado, 4 de junho de 2011

Material da Segunda Vermelha 2011



Para quem não sabe, há alguns anos comemoro a Segunda Vermelha.

Este ano fiz uma pequena apresentação no Espaço Naradeva Shala sobre cyberativismo menstrual, no evento organizado pela Sabrina Alves (Clã dos Ciclos Sagrados), com a participação de Monika Von Koss (ela autografou meu livro Rubra Força!!!) e da Bia Fioretti.

Conforme prometido, no evento que foi transmitido por Twitcam, baixe aqui o PDF com o conteúdo da minha apresentação.

Digam-se se gostaram, se não gostaram, o que vocês teriam acrescentado...

Abraço a tod@s!

2 comentários:

Teresa Keretxu disse...

Oi Dani, tudo bem?
Desde a última publicação do zine estou ensaiando em lhe escrever. Agora com a nenê tirando um soninho fica mais fácil.
Adorei a idéia passada pelo zine! E também da movimentação mundial em torno do que é tão sagrado para nós, a menstruação.
Embora em muitos sites ocorra a manifestação contra a menstruação, talvez devido a ignorância em torno dos valores reais da menstruação, o valor real em torno dos arqueticos, simbologias, significados e funcionamento no corpo, no astral para a mulher; muitas desconhecem, mas entre os povos indíganas, tidos ainda em nossa sociedade como arcaicos, a menstruação é recebida por ritus de passagem, ritus nos quais simbolizam a construção de um pensamento que envolve a noção de corporalidade que estes povos tem sobre como compreendem e constróem a noção do "Eu", da manutenção0 de seus corpos e os cuidados que essas práticas ancestrais envolvem.
O povo que eu pesquiso no mestrado, por exemplo, os Guarani-mbya, subgrupo do tronco línguistico Tupi-Guarani, uma grande família de dialetos parentes, tratam a menstrução como algo muito sagrado. A menina assim que menstrua é isolada das outras do grupo, em torno de 15 dias fica isolada recebendo os cuidados da mãe ou parentes mulheres mais velhas. Aquelas que vão para escola, por exemplo, recebem o direito de permanecer em casa. Há muitos cuidados que envolvem o corpo e marco ritual da fertilidade, que é tida e compreendido como um período super importante para este povo. A guria fica isenta dos afazeres domésticos, recebe orientação da precaução em andar sozinha pela mata, em nao pegar friagens, de ir para a reza diária. Há um corte específico no cabelo, como marco da transição de uma fase a outra....
Bom, tenho muito a dizer sobre isso. Sobre o pensar nativo que envolve a concepção de corporalidade e o trato com o sangue, que é tido ao mesmo tempo como algo sagrado e como algo profano. Mas nesse curto espaço não é possível uma exposição ampla do tema.... (trato disso em minha dissertação).
Ainda há plantas especificas para o tratamento de cólicas, problemas menstruais e de fertilidade....
E também cuidados com o corpo das mulheres gnósticas, ou seja, mulheres que buscam o conhecimento divino, de seu eu, da relação interior com deus, com plantas, com vida, com os elementais....

nossa, tenho muito a dizer.....
me inspirou....
talvez agora com a defesa do mestrado eu consiga me organizar mais e postar em meu singelo blog a influência e inspiração maravilhosa e divina que tenho recebido ao ler e acompanhar seu blogger e também textos por ai.

Força, querida Dani... Se quando eu acompanhava o Paraphernalia zine, já era bom, agora está encantador. Parabéns!!!!

beijos, Teka.

www.keretxu.blogspot.com

Danielle disse...

Teka, você não sabe como é bom tê-la aqui. Nos conhecemos há tantos anos e eu fico maravilhada em ver que, apesar de ainda termos os mesmos ideais, estamos muito mais conscientes espiritualamente falando.

Amei ler o que vc escreveu.

Muitos beijos!