domingo, 20 de março de 2011

Feliz outono!

Entre ontem e hoje, muitos eventos. Ontem tivemos a Lua Cheia em Peixes, que me pede recolhimento e, acima de tudo, silêncio. E essa Lua Cheia foi especial, a tal da "Super Moon". Pena que não pude vê-la, pois em São Paulo havia frio, uma garoa fininha e um ventinho meio gelado.

Hoje se inicia o outono no Hemisfério Sul e também o ano novo astrológico.

E foi assim que eu e meu filho fizemos a "arte" abaixo, para comemorar a chegada do outono. Até o fim do inverno, o arroz, o milho, a lentilha, o feijão branco e o feijão preto nos acompanharão em nossa sala.



Além disso, aproveitei para colocar mais terra nas minhas violetas e pensei bastante na vida. Sempre adorei a primavera, mas agora, aos 33 anos, estou aprendendo a curtir o outono.

Ainda trabalhando com minhas plantinhas, hoje chegou o tempo de escoar minha tintura de erva-de-são-joão, que há dois ciclos lunares repousava no escuro.

A seguir, uma receitinha de blinis de milho para curtir a chegada da estação:

Blinis de milho

Ingredientes:
6 colheres de sopa de milho (pode ser fresco ou em lata)
1 cebola pequena picadinha
1/2 xícara de leite
1 colher de chá de sal
2 ovos
4 colheres de sopa de farinha de trigo
1 colher de chá de fermento em pó
Óleo para fritar e azeite para refogar

Modo de fazer:
Refogue a cebola em um pouquinho de azeite. Junte o milho e refogue bem. Bata no liquidificador com o leite, a farinha, os ovos, o fermento e o sal. Unte uma frigideira com óleo e aqueça. Frite os blinis em colheradas grandes, virando cuidadosamente com o auxílio de uma espátula, para cozinhar do outro lado.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Entrevista da Regina Navarro Lins



Semana passada fiquei esperando, esperando, esperando pela entrevista que a Regina Navarro daria no domingo, 13/3/2011. Mesmo tendo de acordar cedinho na segunda-feira, eu me mantive de pé (ou melhor, sentada) para não perder a entrevista dessa psicanalista e autora de livros que fala sobre amor, sexo, convenções, relacionamentos etc. de uma maneira muito libertária e fácil de se entender.

Regina começou falando sobre o mito do amor romântico, que, segundo ela, é a grande matriz de nossas mazelas amorosas. Perdemos tanto tempo idealizando o amor, o sexo e os relacionamentos, que acabamos nos frustrando se na vida real não é como imaginamos. Para ela, um desses mitos é o da "exclusividade", assim como o "casar virgem" e outros. Nesse ponto, achei que ela poderia ter falado sobre o poliamorismo, mas acho que aí já é querer demais, pois o programa tinha somente uma hora de duração e, sinceramente, não sei se as pessoas estão tão preparadas assim para o tema).

Para ela, a solução seria começarmos a pensar mais no que desejamos, e não no que aprendemos durante a vida, sem culpa, medo ou vergonha, apesar de toda a censura que é feita em cima do assunto sexo.

A psicanalista falou sobre os riscos da ausência do sexo, sobre a masturbação, a ditadura do orgasmo e a homofobia (segundo ela, um temor de um desejo que se pode vir a ter).

Citou ainda os grandes libertários Angelo Gaiarsa e Roberto Freire (deste último, li quase todas as obras).

A mensagem que ficou, para mim, foi a seguinte: vamos descomplicar o sexo, pois ele é natural! Vamos tirar a nuvem do condicionamento cultural de nossos olhos! Conforme palavras da própria Regina, devemos "parar, refletir, tomar coragem e começar a ter uma vida melhor".

Da autora, já li "A Cama na Varanda" e "O Livro de Ouro do Sexo". Estou com muita vonta de ler os novos, que se chamam "A Cama na Rede" e "Se eu fosse você...".

sábado, 12 de março de 2011

Workshop "Criando Seu Jardim Mágico"




Para quem ainda não sabe, este ano resolvi deixar a vergonha e a timidez de lado (que são predominantes aqui, acreditem se puderem) e aceitei o convite que o Claudiney Prieto me fez em anos anteriores para dar uma palestra na 7a edição da Conferência de Wicca e Espiritualidade da Deusa.

Seguem detalhes:

CRIANDO SEU JARDIM MÁGICO
Conferencista: Danielle Sales

Como criar seu próprio jardim mágico? Com violetas e alecrim para atrair fadas, uma árvore de maçã do amor e saúde e um círculo de pedras em algum canto escondido? Se você vive em uma cabana na floresta, uma casa nos subúrbios ou em um apartamento da cidade, com uma pequena varanda, um reino poderoso e encantado pode ser criado por você. Nesta palestra, você aprenderá os primeiros passos para construir seu jardim mágico, desde as técnicas de cultivo da terra até as ervas que podem ser escolhidas de acordo com seus objetivos mágicos, passando pelos papéis dos quatro elementos (terra, água, fogo e ar). Ao fim, serão feitas sugestões de jardins mágicos dedicados a algumas deusas. Descubra o segredo da linguagem e as propriedades mágicas das árvores e flores, ervas e plantas encontradas crescendo em torno de você, e aprenda a criar seu próprio jardim de Bruxa.

Tópicos Abordados:

· Conceituação de “jardim mágico”
· Os elementos na jardinagem mágica: terra, água, fogo e ar
· Principais ervas mágicas de fácil cultivo no Brasil
· Jardins mágicos dedicados à Deusa


Será em um domingo, 5 de junho de 2011, em São Paulo.

Para mais informações, dêem uma olhada no site do evento: http://www.conferenciadewicca.com.br/

segunda-feira, 7 de março de 2011

Um pouco sobre JUNO

Ilustração: Khris Walderr


Animais: unicórnio e pavão

Dia da Semana: quinta-feira

Planeta: Júpiter

Cores: azul escuro e roxo

Elementos: ar e fogo

Fase da lua: Lua Cheia

Plantas: anis, agrimônia, dente-de-leão, hissopo, junípero, tília, hortelã, sálvia, lírio, lótus, noz-moscada

Incensos: cedro e noz-moscada

Pedras: ametista, crisolita, safira e turquesa

sábado, 5 de março de 2011

A Mulher Selvagem e o Dia Internacional da Mulher

Todo ano, quando chega o início de março, começo a receber mensagens sobre como se originou o Dia Internacional da Mulher. Este ano, para minha surpresa, até meu filho chegou da escola me falando dessas origens, dando data e tudo na ponta da língua.

Semana passada, uma amiga querida me mandou trechos da obra de Clarissa Pinkola Estés, "Mulheres que Correm com Lobos", para comemorar essa data, rompendo com a tradição dos e-mails que só falam da origem do Dia Internacional da Mulher. Contei a ela da dificuldade que tenho para ler este livro (nunca consegui chegar ao fim dele, e não me pergunte o motivo) e de como eu gostaria de poder me unir a outras mulheres para estudá-lo, lê-lo, compartilhá-lo.

Para quem não conhece o texto, vou deixar um pouco dele aqui, na esperança de que, neste Dia Internacional da Mulher, não nos esqueçamos da Mulher Selvagem que habita em nós.




"Todas nós temos anseio pelo que é selvagem. Existem poucos antídotos aceitos por nossa cultura para esse desejo ardente. Ensinaram-nos a ter vergonha desse tipo de aspiração. Deixamos crescer o cabelo e o usamos para esconder nossos sentimentos. No entanto, o espectro da Mulher Selvagem ainda nos espreita de dia e de noite. Não importa onde estejamos, a sombra que corre atrás de nós tem decididamente quatro patas."

"Os lobos saudáveis e as mulheres saudáveis têm certas características psíquicas em comum: percepção aguçada, espírito brincalhão e uma elevada capacidade para a devoção. Os lobos e as mulheres são gregários por natureza, curiosos, dotados de grande resistência e força. São profundamente intuitivos e têm grande preocupação para com seus filhotes, seu parceiro e sua matilha. Tem experiência em se adaptar a circunstâncias em constante mutação. Têm uma determinação feroz e extrema coragem."

"As questões da alma feminina não podem ser tratadas tentando-se esculpi-la de uma forma mais adequada a uma cultura inconsciente, nem é possível dobrá-la até que tenha um formato intelectual mais aceitável para aqueles que alegam ser os únicos detentores do consciente. "

"Não importa a cultura pela qual a mulher seja influenciada, ela compreende as palavras mulher e selvagem intuitivamente. Quando as mulheres ouvem essas palavras, uma lembrança muito antiga é acionada, voltando a ter vida. Trata-se da lembrança do nosso parentesco absoluto, inegável e irrevogável com o feminino selvagem, um relacionamento que pode ter se tornado espectral pela negligência, que pode ter sido soterrado pelo excesso de domesticação, proscrito pela cultura que nos cerca ou simplesmente não ser mais compreendido. Podemos ter-nos esquecido do seu nome, podemos não atender quando ela chama o nosso; mas na nossa medula nós a conhecemos e sentimos sua falta. Sabemos que ela nos pertence; bem como nós a ela."

"O anseio pela mulher selvagem surge quando nos encontramos por acaso com alguém que manteve esse relacionamento selvagem. Ele brota quando percebemos que dedicamos pouquíssimo tempo à fogueira mística ou ao desejo de sonhar, um tempo ínfimo à nossa própria vida criativa, ao trabalho da nossa vida ou aos nossos verdadeiros amores."

"Quando as mulheres reafirmam seu relacionamento com a natureza selvagem, elas recebem o dom de dispor de uma observadora interna permanente, uma sábia, uma visionária, um oráculo, uma inspiradora, uma intuitiva, uma criadora, uma inventora e uma ouvinte que guia, sugere e estimula uma vida vibrante nos mundos interior e exterior. Quando as mulheres estão com a Mulher Selvagem, a realidade desse relacionamento transparece nelas. Não importa o que aconteça, essa instrutora, mãe e mentora selvagem dá sustentação às suas vidas interior e exterior."

"De que maneira a Mulher Selvagem afeta as mulheres? Tendo a Mulher Selvagem como aliada, como líder, modelo, mestra, passamos a ver, não com dois olhos, mas com a intuição, que dispõe de muitos olhos. Quando afirmamos a intuição, somos, portanto, como a noite estrelada: fitamos o mundo com milhares de olhos."

"0 arquétipo da Mulher Selvagem, bem como tudo o que está por trás dele, é o benfeitor de todas as pintoras, escritoras, escultoras, dançarinas, pensadoras, rezadeiras, de todas as que procuram e as que encontram, pois elas todas se dedicam a inventar, e essa é a principal ocupação da Mulher Selvagem. Como toda arte, ela é visceral, não cerebral. Ela sabe rastrear e correr, convocar e repelir. Ela sabe sentir, disfarçar e amar profundamente. Ela é intuitiva, típica e normativa. Ela é totalmente essencial à saúde mental e espiritual da mulher."

"E então, o que é a Mulher Selvagem? Do ponto de vista da psicologia arquetípica, bem como pela tradição das contadoras de histórias, ela é a alma feminina. No entanto, ela é mais do que isso. Ela é a origem do feminino. Ela é tudo o que for instintivo, tanto do mundo visível quanto do oculto - ela é a base. Cada uma de nós recebe uma célula refulgente que contém todos os instintos e conhecimentos necessários para a nossa vida.

Ela é a força da vida-morte-vida; é a incubadora. É a intuição, a vidência, é a que escuta com atenção e tem o coração leal. Ela estimula os humanos a continuarem a ser multilíngües: fluentes no linguajar dos sonhos, da paixão, da poesia. Ela sussurra em sonhos noturnos; ela deixa em seu rastro no terreno da alma da mulher um pêlo grosseiro e pegadas lamacentas. Esses sinais enchem as mulheres de vontade de encontrá-la, libertá-la e amá-la.

Ela é idéias, sentimentos, impulsos e recordações. Ela ficou perdida e esquecida por muito, muito tempo. Ela é a fonte, a luz, a noite, a treva e o amanhecer. Ela é o cheiro da lama boa e a perna traseira da raposa. Os pássaros que nos contam segredos pertencem a ela. Ela é a voz que diz, "Por aqui, por aqui".

Ela é quem se enfurece diante da injustiça. Ela e a que gira como uma roda enorme. É a criadora dos ciclos. É à procura dela que saímos de casa. É à procura dela que voltamos para casa. Ela é a raiz estrumada de todas as mulheres. Ela é tudo que nos mantém vivas quando achamos que chegamos ao fim. Ela é a geradora de acordos e idéias pequenas e incipientes. Ela é a mente que nos concebe; nós somos os seus Pensamentos."

"Se as mulheres querem que os homens as conheçam, que eles realmente as conheçam, elas têm de lhes ensinar algo do seu conhecimento profundo. Algumas mulheres dizem que estão cansadas, que já se esforçaram demais nessa área. Sugiro humildemente que elas estiveram tentando ensinar um homem sem vontade de aprender. A maioria dos homens quer saber, quer aprender. Quando os homens demonstram essa disposição, é a hora de fazer revelações; não apenas a esmo, mas porque mais uma alma perguntou. "

"0 companheiro certo para a Mulher Selvagem é aquele que tem uma profunda tenacidade e resistência de alma, aquele que sabe mandar sua própria natureza instintiva ir espiar por baixo da cabana da alma de uma mulher e compreender o que vir e ouvir por lá. O bom partido é o homem que insiste em voltar para tentar entender, é o que não se deixa dissuadir."

"Portanto, a tarefa primitiva do homem consiste em descobrir os nomes verdadeiros da mulher, não em usar indevidamente esse conhecimento para ganhar controle sobre ela, mas, sim, para captar e compreender a substância luminosa de que ela é feita, para deixar que ela o inunde, o surpreenda, o espante e até mesmo o assuste. Também para ficar com ela. Para entoar seus nomes para ela. Com isso os olhos dela brilharão. E os dele também."

"É bom ter muitas personas, colecioná-las, costurar algumas, recolhê-las à medida que avançamos na vida. Quando vamos envelhecendo cada vez mais, com uma coleção dessas à nossa disposição, descobrimos que podemos ser qualquer coisa, a qualquer hora que desejemos."

Nos comentários, diga de qual trecho você mais gosta. Se quiser, diga também o motivo.