Sempre achei que algumas deusas vêm até nós por algum motivo especial. Ficamos pensando que nós as achamos, mas elas é quem nos acham (rs).
Foi assim que, por motivos de estudo, conheci Bloddeuwedd. Queria aprender mais sobre deusas nórdicas, e o único curso que achei misturava as nórdicas e as celtas, ou seja, para chegar nas nórdicas, vou ter de estudar ao menos quatro celtas. Estava achando isso um saco, até que conheci Blodeuwedd (que se pronuncia Blodaiuédh).
Vou tentar não me alongar muito na parte do mito, pois a característica desta deusa que mais me interessou foram... as plantas! (Não estou dizendo que nada mais nela é interessante, continue lendo.)
Esta deusa foi criada por um mago para Lleu, que estava sob uma maldição, a fim de que se casasse com ele. Eles se casam, mas ela se apaixona por Gronw. Juntos, ela e o amante armam uma emboscada para conseguir matar Lleu, mas este foge e vira uma ave. O mago do início da história consegue achar Lleu e o transforma em humano novamente. Obviamente, Lleu vai atrás dos amantes. Gronw transforma Bloddeuwedd em uma coruja, que é o totem da deusa até hoje. Como eu adoro coruja, já simpatizei de cara com ela (rs). Até hoje as corujas são chamadas de Bloddeuwedd em galês.
Ela foi criada com as flores de nove plantas, a saber: giesta (proteção e purificação), bardana (afastar maus espíritos e energias ruins), flores do campo (gentileza e amor natural), prímula (traz o verdadeiro amor), urtiga (estimula desejos e paixões), espinheiro (traz pureza de espírito), flores do carvalho (vigor e força; fertilidade), castanheiro (permanência do amor) e feijão (bênçãos da Deusa sobre toda a criação). Por isso, também é chamada de Flowered Face Goddess (Deusa da Face Florida).
Embora eu tenha lido em diversas fontes que esta Deusa está associada à primavera (talvez pelo fato de a deusa ter sido feita de flores), não consigo muito vê-la assim. Estar aqui escrevendo sobre ela quatro dias após o início da primavera é apenas uma coincidência (rs). Aliás, também me causa estranhamento vê-la cultuada na Lua Cheia, e não na Lua Nova (sua hora de poder é o amanhecer).
Eu a cultuaria na Lua Nova porque, para mim, além de ser uma deusa muito ligada às sombras, também se vincula à transformação, às alterações, transformações e variações.
As feministas dizem que Bloddeuwedd foi uma vítima, mas muitos não acreditam nisso. Ela foi uma mulher forte, que fez uma escolha. Também não a enxergo como vítima. Para mim, Bloddeuwedd é muito mais poder do que fraqueza.
Esta Deusa veio para me ensinar que o equilíbrio e a transformação são dois aspectos necessários na vida. Como diz Michelle Skye, "We are all made up of flowers and owls". Todos temos luz e sombra dentro de nós, só precisamos aceitar os dois.
Bloddeuwedd governa as flores, a magia lunar, os inícios, a independência, mistérios e as iniciações. Deve-se invocá-la para a descoberta de traições, iniciações, superação de desafios e vencer inimigos.
Se eu não fizesse o curso, não teria a oportunidade de estudar esta deusa criada de plantas maravilhosas, mágicas e curativas!
Fontes: muitas informações deste texto foram retiradas das páginas 84 a 87 do livro Todas as Deusas do Mundo, de Claudiney Prieto, bem como do livro Goddess is Afoot!, de Michelle Skye.