quinta-feira, 31 de julho de 2008

Origem de alguns nomes de flores


Não é à toa que todo mundo gosta de ganhar flores. A palavra, que na botânica dá nome ao órgão reprodutor dos vegetais superiores (com raiz, caule, folha, flores e sementes), vem do latim floris (genitivo de flos) e significa “a parte mais vigorosa”, “brilho” e “beleza”.

AZALÉIA = O termo vem do latim azálea, derivado do grego azaléos, que tem o sentido de seco, árido e ressecado, como a planta que nasceria da terra seca. Em Portugual, escreve-se azálea.

CRAVO = Provém do latim clauus, que designa prego ou cravo. O nome da flor foi posterior à denominação da especiaria cravo (proveniente do botão dela), de formato similar ao de um prego.

DÁLIA = O nome desta espécie é uma homenagem ao botânico sueco Anders Dahl (1751-89), que a levou do México para a Europa no ano de 1789.

HORTÊNSIA = A denominação desta flor chinesa é uma homenagem que o naturalista francês Commerson fez a Hortense Lepaute, nome da esposa de um amigo seu. Commerson foi quem trouxe a planta para o Ocidente, batizada por ele a princípio de “lépautia” (o sobrene de Hortense).

GARDÊNIA = Nativa da China, esta planta recebeu do pai da Botânica, o sueco Carl Lineu, o nome latino gardenia. O feito, ocorrido em meados de 1700, foi uma homenagem ao amigo, médico e botânico escocês Alexander Garden.

MAGNÓLIA = O nome desta flor foi estabelecido em 1703 pelo botânico francês Charles Plumier, em homenagem ao também botânico francês Pierre Magnol (1638-1715).

MARGARIDA = O nome desta flor deriva do latim margarita, cujo significado é “pérola”. Este termo, por sua vez, vem do grego margarites, que designa pedra preciosa ou a própria margarida, flor bastante comum no Egito.

MARIA-SEM-VERGONHA = O termo, tipicamente brasileiro, foi utilizado para designar esta espécie por causa de sua facilidade de proliferação. As sementes ficam guardadas em cápsulas que, sob pequenos estímulos, explodem e se espalham para logo germinar e gerar novos exemplares. Em latim, tal característica rendeu-lhe o apelido de impatiens (impaciente), denominação de seu gênero no meio científico.

NARCISO = Vem do latim narcissus, proveniente do grego narkissos, que denomina esta flor e o personagem mitológico de mesmo nome. Reza a lenda que Narciso foi condenado a se apaixonar pela própria imagem refletida nas águas de uma fonte. Como não conseguia jamais aproximar-se de sua imagem, chegou ao desespero e depois à morte. O vaidoso personagem, então, teria se transformado na flor que traz seu nome.

ORQUÍDEA = O nome desta flor vem do radical latino orchid. Tal denominação, nesta língua, significa testículos e foi utilizada pela primeira vez pelo filósofo grego Theophrastus (371-287 a.C.), que comparou as raízes tuberosas de algumas dessas plantas com o formato de testículos.

ROSA = Vem do latim rosa, derivado do grego rhódon. O mesmo termo serviu de origem ao nome do metal ródio, uma vez que algumas de suas soluções têm coloração rosa.


Fonte: DUARTE, Marcelo. O Guia dos Curiosos – Língua Portuguesa. São Paulo: Panda Books, 2003.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Afrodite e as Flores


Entre as Graças, Tália, a Florescência, coroa a Deusa com flores e lança pétalas de rosas a seus pés. Sempre me senti fascinada pelo simbolismo oculto no enredo dos mitos. Que Afrodite, a Deusa do amor sexual e da beleza, seja também a Deusa das flores parece-me ser o tipo de evidência que se percebe quando o pensamento mítico penetra a mente. Não são as flores os mais belos órgãos sexuais do universo? Muitas não são as imagens e expressões que associam o sexo feminino às flores e, acima de tudo, com a cor da rosa, rica em colorido e perfume, com as pétalas abertas lembrando a maciez da carne? Para completar sua participação no mito de Afrodite, a rosa apresenta espinhos dolorosos, o que enfatiza, no risco de picar-se, o sofrimento inerente a todas as paixões sexuais.

Ocupar-se de flores, ou criar um jardim agradável, do mesmo modo que fazer amor ou “enfeitar-se” – todas essas são maneiras de honrar Afrodite. Os jardins expressam a sensualidade da cultura, um tipo de sensualidade que oferece a vantagem de ser isenta de ansiedade para aqueles cuja bagagem educacional, ou idade, os levou a ignorar a vitalidade sexual. Na Inglaterra, por exemplo, a jardinagem parece ser a mais domesticada das paixões. Os ingleses devotam-se a essa tarefa do mesmo modo que alguém se dedica ao amor: apaixonadamente e para sempre. A jardinagem é uma das maiores expressões pela qual os britânicos evocam Afrodite sem medo ou segundas intenções. Na Inglaterra, tanto os homens quanto as mulheres se emocionam com a graça dos jardins e paisagens, porém, embora seja permitido às rosas crescerem sobre as casas, raramente vi uma mulher inglesa ousar pôr uma rosa nos cabelos. Para ela, isso pareceria um gesto sedutor impróprio. Afrodite pode ficar no jardim, pois ali ela será honrada sem ansiedade e sem limite.

Encontra-se no jardim inglês um cuidado extremo e admirável em dissimular qualquer sinal de artifício, como se a manutenção impecável de um jardim de flores e o trabalho demorado e elaborado do jardineiro devessem ficar invisíveis, sendo a intenção permitir à beleza natural que se expresse, como se todos esses arbustos e todas essas flores tivessem crescido ali espontaneamente. As marcas da disciplina impostas à natureza pela mão do jardineiro desapareceram. Este equilíbrio entre a natureza e a arte é, exatamente, o que agrada Afrodite. “A bela e venerável Deusa que, em torno de si, e sob seus pés luminosos, leva a grama a crescer”, concede sua graça aos ingleses por seus gramados e jardins, porque, instintivamente, compreendem a mediação correta entre natureza e cultura, sendo a jardinagem um tipo exemplar de mediação.

A arte dos perfumes é outro exemplo desse trabalho de mediação. Pode-se desfrutar o perfume de uma flor em seu estado natural, como a amante desfruta o perfume natural da pessoa a quem ama; mas pode-se, igualmente, apreciar a sutileza dos perfumes e dos refinamentos resultantes da destilação. A arte da perfumaria, ao capturar o perfume natural das flores, associa as mulheres e as flores, novamente. Para os gregos da Antiguidade, o sentido do olfato era um meio de comunicação com o Divino. Sua concepção de sacrifício incluía a idéia de que o odor das oferendas e das ervas aromáticas que temperam a carne era agradável aos deuses. Atribuíam um valor igualmente alto aos perfumes florais, que associavam à paz, à alegria e à sensualidade; e considerava-se Afrodite responsável pelo odor tanto do corpo das mulheres quanto das flores. Certas plantas com odores muito fortes, como a hortelã e a mirra, foram também associadas a ela ou a seu amante, Adônis.

PARIS, Ginette. Meditações Pagãs. Tradução de Sonia Maria Caiuby Labate. Petrópolis: Vozes, 1994. p. 35-7.


Digitei este texto porque ele conseguiu reunir várias das minhas paixões: Afrodite, flores, ervas, cultura inglesa, perfumes... Sim, estou aguardando a primavera com ansiedade!

Once I learn to love myself...

Eu sempre acho algo no Post Secret que tem a ver comigo... O Post Secret é um blog para o qual as pessoas mandam seus segredos. Tudo é anônimo lá. Sei que já saiu um (ou mais, sei lá) livro com as melhores cartas enviadas.

Um dos casos que eu não esqueço foi um em que o cara jogou uma aranha em cima da irmã, quando ambos eram pequenos, a aranha era venenosa, picou a menina e até hoje (vinte e tantos anos depois) a menina não anda. O "segredo" é que ninguém da família dele sabe que foi ele quem jogou a aranha na menina.

Dê uma olhada em postsecret.blogspot.com/ toda segunda-feira, quando o blog é atualizado.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Árvores no trabalho

Anteontem voltei de férias. No condomínio onde trabalho, tenho a sorte de estar rodeada por árvores e plantas. Desde que cheguei lá, há um ano e meio, só vejo plantarem mais e mais árvores.

Tá certo que muitas delas são para fazer sombra nos carros que ficam no estacionamento, mas ainda assim acho melhor plantar árvores do que construir telhados de concreto ou plástico.

Ontem, na hora do almoço, levei um susto. Dei até um gritinho e assustei as amigas (rs): eles estão catalogando as árvores do condomínio. Lindo!

Já puseram plaquinhas na pata-de-vaca, no eucalipto... Com nome científico e países de origem.

Estou louca pra fazer umas fotos e mostrá-las aqui para vocês em breve!

Ah, e se você curte fotografar árvores, se liga nesse concurso: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/cultura/conteudo_290100.shtml

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Quem sou eu?


Estava agora mesmo comentando com uma pessoa o quanto é bom termos uma certa atitude e, depois, ver que agimos "corretamente", seja em um livro ou uma entrevista. A sensação de termos nossa ação validada por outros é boa para mim, libriana que quer ser aceita por todos (rs).

Há algum tempo, comentei com minha amiga Tinnekke que eu não gostava do athame e que nem mesmo tinha um. Ela me perguntou o motivo e eu não soube responder.

Depois de alguns meses, estava lendo um blog e a autora dele dizia que não gostava do athame também. Ela dizia que o athame lembrava um pênis e também uma arma. Como feminista e pacifista, acho que não preciso dizer o quanto me senti aliviada com a explicação dela.

Também sempre digo para minha amigas on-line que eu não sou pagã e nem wiccana. Para algumas, é difícil entender como não posso ser pagã. Outras me aceitam numa boa (olha a libriana aí, gente!).

Na semana passada fui viajar e levei um texto sobre as diferenças entre ser bruxa e ser pagã. Mais uma iluminação eu tive!

Lá dizia o autor (ou autora, não dava pra saber, pois peguei da Internet) que a bruxaria era a celebração do princípio feminino. Bingo 1!

Mais para frente, dizia que as bruxas tradicionais mais antigas não tinham conexão com deidades ou religiões, e também que para elas as artes curativas, os métodos divinatórios e a magia não tinham nenhuma conexão com religião ou rituais. Bingo 2!

O grupo com o qual eu mais identifico é o dianismo. Mas aí eu caía em contradição: o nome do negócio é “Dianic Wicca”, e eu não me considero wiccana!!!

Pois nem mesmo nesse aspecto o texto deixou a desejar. Ele diz que o termo “Dianic Wiccan” é uma contradição por si só, pois “wicca” significa masculino e “wicce”, feminino. Como pode uma tradição feminista ser denominada por algo masculino? Bingo 3!

Eu respeito muito as pessoas que me cercam e são pagãs, pois eu aprendo muito com elas diariamente, mas eu não sou. Sou uma pessoa eclética e nem mesmo posso ser considerada uma dessas “bruxas tradicionais” de que o texto fala, pois os cadernos em que anoto minhas experiências são consideradas “livros das sombras” (prática wiccana) e eu também adoro aprender sobre e me conectar com deusas (prática pagã).

Mesmo sem saber a fonte, o texto foi fundamental para eu poder definir quem eu sou e quais são minhas práticas.

domingo, 13 de julho de 2008

Ferramentas mágicas - Alguns toques



Hoje eu gostaria de dar dicas sobre algumas ferramentas mágicas no uso de ervas. São muitas as ferramentas, mas destacarei aqui só algumas, isto é, aqueles usos que não são tão óbvios, mas igualmente importantes.

Eu não tenho uma ferramenta para moer ervas (ainda!). E foi com felicidade que, numa aula da Ayesha, ela me informou que eu podia usar a... centrífuga! Sim, aquela que você tem na cozinha! Mas eu ainda prefiro usar o liqüidificador. Aí vem a dica: toda vez que for usá-lo para moer ervas com objetivos mágicos, limpe-o depois. Você pode colocar uma mistura de álcool e água no liqüificador e ligá-lo por alguns segundos. Depois, jogue essa mistura fora e seque com toalha de papel ou mesmo um pano de prato. Isso irá remover óleos ou extratos da erva, odores ou mesmo vibrações que a planta tenha deixado lá.

Para fazer suas poções, é bom usar sempre recipientes de vidro, pois as ervas podem pegar as impurezas de recipientes plásticos.

Geralmente, nos livros sobre magia herbal, diz-se para usar colheres de madeira. Você pode também usar colheres de plástico (se bem que a poção pode pegar as impurezas do plástico, como dito acima), mas as ideais são as colheres de metal. Please, sempre mantenham suas colheres mágicas separadas daquelas de uso diário!

Até outro dia, eu usava o mesmo funil da minha cozinha para trabalhar com as ervas mágicas. A dica é a mesma das colheres: separar um funil para suas práticas mágicas.

Eu mantenho um caderno de anotações somente para minhas práticas mágicas herbais. O que podemos colocar nele? Um roteirinho:

* descreva a poção que você fez

* como você a fez

* a data em que você a fez

* motivo

* informações sobre as ervas utilizadas

* quantidades

* efeitos

* se teve sucesso ou não com ela

* e o que mais lhe vier à mente.

Essas dicas foram baseadas num material que recebi de um curso de herbalismo mágico que fiz. Lá não é citada a fonte das informações, por isso não o faço aqui.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Férias com as plantas


Primeiro dia de férias. Eu e a família fomos até Santana de Parnaíba, uma cidadezinha histórica bem perto da capital. Na volta do passeio, vamos até uma loja de paisagismo e eu levo para casa minhas novas amiguinhas:


* 2 pezinhos de alecrim

* 2 mudas de berinjela (eu não gosto de berinjela, mas quero que meu filhote veja como se desenvolvem os alimentos que ele consome)

* 1 mudinha de espinafre

* 1 pé de azevinho (esta para decorar, não para comer)

* 3 pezinhos de morango

* 1 pé de manjericão

* 1 muda de lavanda

* 2 pezinhos de hortelã - que meu filhote adora

* 1 muda de tomilho-limão (esta eu não conhecia!)

* funcho

* cebolinha

* tomate

* coentro


Chegamos em casa, meu marido comprou três tábuas e fizemos prateleiras para elas morarem. Ele também trouxe tinta marrom e eu pintei as três prateleiras com todo carinho do mundo.


À noite, eu e ele percebemos que as prateleiras tinham ficado muito perto do corredor, corremos para o quintal e colocamos as coitadinhas num cantinho, pois achamos que elas estavam com frio (rs).


Sete dias depois, já estão nascendo brotinhos. Que elas possam permanecer durante o tempo que precisarem em nossa família verde!!!!!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Mulheres e Alimentação no Globo Repórter

Estava eu em casa, numa dessas sextas-feiras da vida, quando vi a chamada para o Globo Repórter: seria um programa sobre mulheres e alimentação. Pirei na hora!

No primeiro bloco do programa, o programa mostrou uma mulher, empregada doméstica, que precisou fazer alterações na alimentação da família de acordo com sua renda.

Na casa dela não entrava mais tomate, e sim coloral. Em vez do feijão, que andava muito caro, ela havia inserido na alimentação dos familiares a lentilha (pensei comigo que a lentilha é mais cara do que o feijão, mas depois percebi que talvez ela renda mais e esse tenha sido o motivo da escolha).

Outra medida adotada por ela foi não usar mais óleo na alimentação. Apesar de ter sido uma opção por falta de dinheiro, ao mesmo tempo é bastante saudável e ela disse ter não sentido falta do óleo na hora de preparar o arroz, por exemplo.

Fiquei triste porque queria que as mulheres só precisassem fazer esse tipo de substituição por opção de saúde, e não por motivos econômicos. Mas ao mesmo tempo fiquei feliz em ver a força da mulher, que faz de tudo para continuar alimentando sua cria e sobrevivendo.

Depois, mostraram um grupo de mulheres, de uma região pobre em Minas Gerais, que se junta todo mês e vai para o centro de abastecimento de hortifruti da cidade e compra produtos mais baratos, com a ajuda dos comerciantes que lá trabalham. Elas mesmas negociam com os comerciantes (é bom lembrar que ganham vários “nãos” na cara) e carregam os sacos pesados na cabeça até o ônibus que as leva até lá. Quando voltam para casa, têm comida não somente para elas, mas também para as outras que lá ficaram e, muitas vezes, passam fome.

Num outro bloco, mostrou-se uma família que produzia tudo aquilo que comia. Belo exemplo, mas difícil para quem mora na cidade. Também foram mostradas feiras de troca de alimentos orgânicos.

Depois, fizeram uma entrevista com uma nutróloga, que deu dicas de ervas e alimentos que precisam estar em nossa alimentação, bem como o que estes podem fazer por nosso organismo:

* manjericão = ajuda no processo de envelhecimento
* hortelã = é boa para digestão e enxaqueca
* louro = baixa a glicose do organismo
* alecrim = bom para a memória
* espinafre = ajuda no crescimento das crianças (lembrou do Popeye?)
* repolho = fornece fibras para nosso corpo
* abóbora = ajuda quando temos náuseas
* jiló = desintoxicante do fígado
* chuchu = fortalece os ossos e é bom para o intestino
* banana
* abacaxi
* laranja
* mandioca
* inhame
* uva

O programa foi além, mas meu sono foi maior (rs) e eu caí no sono.

O link para assisti-lo: http://globoreporter.globo.com/Globoreporter/0,19125,VGC0-2703-19874-3,00.html

Danielle Sales